"O fator anímico deve ser considerado por enquanto ex hypothesis, como uma realidade autônoma de caráter enigmático, e isso em primeiro lugar porque ele parece ser de essência diferente dos processos físico-químicos, de acordo com toda a nossa experiência concreta. Ultimamente, já não sabemos qual é a sua substancialidade, mas o mesmo também ocorre em relação ao objeto físico, ou seja, à matéria. (...) Do inconsciente emanam influências determinantes, as quais, independentemente da tradição, conferem semelhança a cada indivíduo singular, e até identidade de experiências, bem como da forma de representá-las imaginavelmente."

"Por essa razão, em geral vemos a sombra indiretamente, nos traços e ações desagradáveis das outras pessoas, lá fora, onde é mais seguro observa-la. Quando reagimos de modo intenso a uma qualidade qualquer, quer seja: preguiça, estupidez, sensualidade, espiritualidade, etc., de uma pessoa ou grupo, e nos enchemos de grande aversão ou admiração, essa reação talvez seja a nossa sombra se revelando. Nós nos projetamos ao atribuir essa qualidade à outra pessoa, num esforço inconsciente de bani-la de nós mesmos, de evitar vê-la dentro de nós."

(Carl Gustav Jung)

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"Hence the psychic factor must, ex hypothesi, be regarded for the present as an autonomous reality of enigmatic character, primarily because, judging from all we know, it appears to be essentially different from physicochemical processes. Even if we do not ultimately know what its substantiality is, this is equally true of physical objects and of matter in general. (...) From the unconscious there emanate determining influences which, independently of tradition, guarantee in every single individual a similarity and even a sameness of experience, and also of the way it is represented imaginatively."

"For this reason, we see the shadow mostly indirectly, in the distasteful traits and actions of other people, out there where it is safer to observe it. When we react intensely to a quality in an individual or group – such as laziness or stupidity, sensuality, or spirituality – and our reaction overtakes us with great loathing or admiration, this may be our own shadow showing. We project by attributing this quality to the other person in an unconscious effort to banish it from ourselves, to keep ourselves from seeing it from within."

(Carl Gustav Jung)